Encerramos abril com expectativas positivas para o Dia das Mães, porém trouxemos novidades para o varejo no geral: o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC) anunciou um novo painel para acompanhar o desenvolvimento do comércio eletrônico no Brasil. De acordo com os dados divulgados, o e-commerce brasileiro cresceu 20% em 2022 em comparação com o ano anterior, totalizando R$ 187 bilhões em transações. O painel, chamado de Observatório do Comércio Eletrônico, utiliza dados das notas fiscais eletrônicas declaradas em compras online.
A contribuição por estado mostra que 65% das compras online em 2022 foram realizadas entre estados, enquanto 35% ocorreram dentro do próprio estado de origem. São Paulo lidera como o estado que mais emitiu notas em 2022, com R$ 83,5 bilhões em transações, um aumento de 14% em relação ao ano anterior. Além disso, São Paulo também foi o estado com mais operações de destino, com um crescimento de 17% em comparação com 2021, passando de R$ 53 bilhões para R$ 62 bilhões.
Resultados de outros estados:
Rio de Janeiro: R$ 19,6 bilhões em transações em 2022.
Minas Gerais: R$ 12,4 bilhões em transações em 2022.
Paraná: R$ 11,8 bilhões em transações em 2022.
Rio Grande do Sul: R$ 9,6 bilhões em transações em 2022.
Bahia: R$ 8,3 bilhões em transações em 2022.
O Observatório do Comércio Eletrônico é a primeira plataforma pública de acesso gratuito e irrestrito que detalha a dinâmica do comércio eletrônico no país. A ferramenta tem o objetivo de subsidiar políticas públicas e auxiliar os empresários do setor nas tomadas de decisão.
Embora o comércio eletrônico tenha apresentado um crescimento acentuado, as regiões Norte e Nordeste tiveram uma participação relativamente baixa nas transações online. A divulgação de informações atualizadas sobre o comércio eletrônico ajudará a identificar se as desigualdades regionais presentes no comércio tradicional também se manifestam nas vendas online.
A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) destacou a importância dos governos apoiarem as empresas na adaptação ao contexto de transformação digital e na utilização das ferramentas e tecnologias digitais. Países sem estatísticas confiáveis sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação pelas empresas e sobre o ambiente de negócios na internet enfrentam dificuldades na implementação de políticas adequadas para o setor.
Fraudes
Apesar das notícias boas, com o aumento da tecnologia as empresas precisam estar atentas, pois logo no 1° trimestre de 2023, o Brasil registrou um índice de 3,9% em tentativas de fraudes nas compras online, segundo a ClearSale. O ticket médio das fraudes foi de R$ 1.263, representando um aumento de 9,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram analisados mais de 38 milhões de pedidos feitos no e-commerce brasileiro durante esse período.
Embora as tentativas de fraude tenham apresentado uma queda de 27,3% em comparação ao mesmo trimestre de 2022, os números ainda são considerados altos. Marcelo Queiroz, Head de Estratégia de Mercado da ClearSale, ressalta que os varejistas e consumidores devem permanecer atentos aos golpes, mesmo com a desaceleração do comércio eletrônico e as incertezas financeiras dos consumidores.
As categorias mais afetadas pelas tentativas de fraude foram eletrônicos (5,1%), acessórios (4,2%), automotivo (4,1%) e móveis (3,9%). Cada uma dessas categorias apresentou um ticket médio específico.
Em relação às regiões, a região Norte teve o maior índice de tentativas de fraudes no 1° trimestre, com 2,5%, e um ticket médio de R$ 1.483. Em segundo lugar ficou o Nordeste, com 2,2% de tentativas de fraudes e um ticket médio de R$ 1.355. As regiões Centro-Oeste e Sudeste empataram em tentativas de fraudes, ambas com 1,6%. No entanto, a região Centro-Oeste apresentou o ticket médio mais alto, R$ 1.490, enquanto a região Sudeste teve um ticket médio de R$ 1.206.